Apresentação sobre Bibliotecas Comunitárias e o PMLLLB/SP from Abraão Antunes da Silva

Apresentação sobre Bibliotecas Comunitárias e o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da cidade de São Paulo.

Produzida para o 5º Café do BiblioSesc Itaquera, 26/7/2014.

Abraão Antunes da Silva é bibliotecário e articulador cultural na área de bibliotecas comunitárias.

Inácio Pereira dos Santos Neto é coordenador do ArteCulturAção, núcleo da Fundação Tide Setubal.

Apresentação para o Encontro Nacional do Programa Prazer em Ler [03/04/2013, BH/MG]

Encontro Nacional do Programa Prazer em Ler – Polos de Leitura “Um por todos e todos por um Brasil de leitores!” (2013)

Quarteirão Literário

Divulgando... Participem!

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EM FRENTE À BIBLIOTECA MUNICIPAL INFANTOJUVENIL MONTEIRO LOBATO
Rua General Jardim, 485 - Vila Buarque

Tendo como objetivo chamar atenção da população e autoridades paulistanas para a necessidade um Plano Municipal do Livro e da Leitura (PMLL) na cidade, será realizado no dia 27 de março, a partir das 15hs, em frente à Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, o Quarteirão Literário. O evento, que contará com a participação do Cortejo de Leitura de Parelheiros e da Trupe Literária da Vila São José, terá também recital e distribuição de poesia, apresentação musical e leitura de cordel.


O Quarteirão Literário é uma realização do Grupo de Discussão (GD) do PMLL, movimento que reúne profissionais e entidades que lutam para que seja estabelecido na capital paulista um conjunto articulado de políticas públicas especificamente voltadas à promoção do acesso de todos ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas públicas, escolares e comunitárias. Na sequência do evento, a partir das 18 horas, haverá um debate sobre o PMLL no auditório Auditório do Senac Consolação.R. Dr. Vila Nova, 245

            Quarteirão Literário

27 de março de 2013

Programação

Hora	Atividade	Descrição
14h 00 15h00	Encontro do GD do PMLL para organização dos espaços na Biblioteca Monteiro Lobato e na Praça	*Biblioteca Monteiro Lobato – contação de histórias, contação de história com origami, recital poético, lançamento de livro
		*Carroça da Leitura e cantinho da mediação de leitura (LiteraSampa)
		*Quiosque BibliASPA – (exposição de livros e atividade lúdica em torno da escrita árabe: grafia de nomes em árabe e envio por e-mail)
		*Fruto Literário (árvore instalada com a intervenção, para colheita dos frutos durante o encontro)
		*Espaço para apresentação dos grupos Seresteiros, Brasilidança e Trupe Literária
	Registro do evento	*Registro das atividades, das opiniões dos participantes e visitantes *Divulgação na mídia e na página facebook PMLL para São Paulo *Filmagem por profissional da BibliASPA, para documentário *Edson Feitosa (Senac) – registro fotográfico * Cobertura da mídia (contatos BibliASPA) *Outros contatos feitos: TVT, fotógrafa Valu Ribeiro, Revista Viração
	BP Monteiro Lobato
15h00 16h00	Contação de histórias com origami
15h00 16h00	Contação de histórias
15h00 16h00	Contação de histórias
15h00 16h00	Recital poético, seguido de Lançamento do Livro A terra nos é estreita e outros poemas, de Mahmud Darwich	Poemas de autores árabes, africanos e sul-americanos. A programação inclui poemas de Mahmud Darwich (palestino), Mustafa Lutfi al-Manfaluti (egípcio), Pablo Neruda (chileno) e Thiago de Mello (brasileiro). Os poemas serão recitados e distribuídos
	Praça
15h00 15h30	Contação de histórias
15h30 16h00	Trupe Literária	A Trupe Literária Universo das Histórias surgiu em 2011, na Vila São José com o objetivo de levar a leitura literária às crianças e adolescentes. O grupo já realizou diversas atividades em praças, escolas, orfanatos, salas de alfabetização de jovens e adultos, com apresentações de teatro, realização de saraus e chás literários e mediações de leitura.
16h00 16h30	Seresteiros	Grupo vocal a quatro vozes cujo propósito é resgatar a nossa tradição seresteira. O repertório compõe-se das melhores canções dos grandes compositores brasileiros, como Tom Jobim, Chico Buarque, Erivelto Martins, Dorival Caymmi, entre outros, assim como canções de cunho regional e folclórico
16h30 17h00	Grupo Brasilidança	A CIA BRASILIDANÇA DE DANÇAS E RITMOS POPULARES é um grupo artístico cultural que surgiu das oficinas de dança e percussão do Núcleo de Recreação e Cultura do Alana Comunidade. Em suas apresentações, as danças e musicalidade da cultura popular são expressas em suas diversas formas por meio do Samba, Maracatu, Caboclinhos e outras
	Cortejo
17h 00 17h50	Cortejo de Leitura	Músicas, símbolos, fantasias, sonhos, envolvimento, festa, são componentes dos cortejos de leitura organizados pelos adolescentes e jovens Escritureiros.  Alguns carregam os estandartes bordados pelo grupo e por mulheres da comunidade, outros tocam instrumentos, alguns carregam bolsas cheias de livros, que na chegança se transformam em tapetes, envolvendo os que estão no caminho. Os cortejos falam de histórias, de autores, de cultura, de leitura. Escritureiros, Trupe Literária e Brasilidança puxarão um cortejo no entorno da praça, seguido por todos os participantes, chamando atenção para a mobilização pelo livro e  leitura.
	SENAC Consolação
18h00 19h30	Mesa: Estratégias para um PMLL para São Paulo	A mesa tem como objetivo identificar estratégias para que o processo de elaboração do Plano Municipal do Livro e da Leitura de São Paulo seja amplamente participativo. Participam: representante da BibliASPA, do GD do PMLL,  e da Secretaria Municipal de Cultura.

Edital de Seleção para Projetos de Leitura - Programa Prazer em Ler, Instituto C&A [até 28/11]

O Instituto C&A desenvolve, desde 2006, o Programa Prazer em Ler, promovendo a formação de leitores e desenvolvendo o gosto pela leitura, por meio de ações continuadas e sustentáveis e de articulações com distintos agentes envolvidos com a leitura no Brasil. A metodologia do programa, exemplar sob vários aspectos, prevê potencializar e integrar quatro eixos: espaço, acervo, mediação da leitura e gestão participativa.

Atualmente 12 Pólos de Leitura*, que compreendem diversas organizações sociais locais e bibliotecas comunitárias são mantidos por esse projeto. O diferencial desse modelo está na ideia de uma ampla articulação visando a formulação de projetos coletivos de fomento à leitura. Em cada um dos Pólos, uma das instituições tem a responsabilidade por formar as demais organizações do Pólo no campo da promoção da leitura, e os recursos são distribuídos entre todos os projetos de leitura envolvidos. [*Há também existem outros dois Pólos do Programa compostos por escolas públicas - nas cidades de Paraty (RJ) e em Natal (RN)].

Em algumas cidades, como Recife e em Porto Alegre, a criação de Planos Municipais de Leitura teve um grande impulso graças a ações e movimentos gerados pelas organizações apoiadas pelo Programa Prazer em Ler, o que demonstra a incidência política desse projeto, para além de um apoio técnico e financeiro.

Nesse mês o Instituto C&A lançou uma nova chamada para o fomento a novos Pólos de Leitura pelo Brasil. Até o dia 28 de novembro, projetos de promoção da leitura elaborados, desenvolvidos coletivamente por pelo menos cinco instituições sociais, de base comunitária e atendimento a crianças e adolescentes, poderão enviar suas propostas ao Programa Prazer em Ler, preenchendo o formulário disponível em:
http://www.institutocea.org.br/midiateca/48/publicacao-institucional/edital-polos-de-leitura--programa-prazer-em-ler.aspx 

Abaixo, mais alguns detalhes e links sobre o Edital do Programa, retirados do site oficial do Instituto. Boa sorte a todos os participantes!


Equipe da RBBC

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"Os projetos serão desenvolvidos entre janeiro e dezembro de 2013. 
Segundo o edital, o projeto coletivo de cada polo deverá ser voltado à incidência em políticas públicas de leitura e ao desenvolvimento de um trabalho qualificado de formação de leitores. Além disso, cada instituição integrante da composição deverá possuir,preferencialmente, uma biblioteca ou espaço de leitura.

Dentro da articulação dos polos de leitura haverá uma instituição responsável inicialmente pela apresentação do projeto, e, após a seleção, pelo recebimento dos recursos e entrega de documentos solicitados. Além das cinco instituições de base comunitária, o polo também poderá ser composto por escolas, bibliotecas públicas e universidades.

Para participar do processo de seleção, as instituições inscritas devem estar localizadas nas regiões metropolitanas ou cidades nas quais a C&A opera comercialmente, desenvolver ações de promoção da leitura e de formação do leitor voltadas a crianças e adolescentes e não estar participando de outro processo de seleção do Instituto C&A.

Os projetos inscritos devem prever um orçamento de até R$ 250 mil. O montante poderá ser utilizado com salários e encargos de recursos humanos envolvidos no projeto; complementação de acervos, melhorias de espaços, equipamentos de uso exclusivo para o desenvolvimento das ações do projeto, material de escritório e outros materiais de apoio; despesas administrativas (até 7% do valor total); logística para a realização e participação em ações de articulação e em eventos culturais; e ações de comunicação do projeto do polo de leitura.

Entre os critérios de seleção estão proposta do projeto construída pelo coletivo de organizações; experiência com promoção da leitura literária; disponibilidade para o trabalho colaborativo com outras organizações; composição de equipe de trabalho com competências em práticas educativas de leitura literária e gestão compartilhada de ambientes de leitura; consistência do projeto de polo de leitura (relação entre diagnósticos de leitura relativos à área de abrangência do polo de leitura, objetivos, resultados, metodologia, ações e recursos); e apresentação de viabilidade financeira (memória de cálculo), com base no plano de ação".


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Página do Edital do Programa Prazer em Ler:
http://www.institutocea.org.br/noticias/Detalhe-noticia.aspx?id=2030
http://www.institutocea.org.br/acoes/default.aspx?id=45

Detalhes sobre o Programa:
http://www.institutocea.org.br/como-atuamos/area-atuacao/default.aspx?id=1

Vídeo sobre o Programa:
http://www.institutocea.org.br/midiateca/110/video/programa-prazer-em-ler.aspx

Email para Dúvidas sobre o Edital:
prazeremler@institutocea.org.br

Programa Livro Popular (Pré-Listagem para Bibliotecas Comunitárias)

‘A realidade dos brasileiros que escrevem, imprimem, vendem e leem cordel é a pobreza, já que pertencem às classes sociais mais desprivilegiadas do Brasil. Ironicamente, porém, são aqueles que produzem um dos retratos mais divertidos dos brasileiros, pois tomam a si mesmos e suas vidas como exemplo para as histórias que transportam para os folhetos cordelianos. São, portanto, a memória e o registro de grande parte da realidade nacional brasileira’.

Mark Curran, Retrato do Brasil em Cordel, Ateliê Editorial, 2011

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O Programa Livro Popular da Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura, de certa forma está ligado a literatura de cordel, esse retrato ‘não-oficial’ do nosso país contada por cerca de 40000 folhetos desde o século XIX - parte da nossa contínua vertente periférica da literatura. Por isso, em homenagem a esses autores que fazem da sua própria existência sua poesia, tentei ainda que de forma incipiente realizar uma seleção prévia dos livros habilitados para o Programa, criando uma ‘listagem-guia’ de recomendações para as Bibliotecas Comunitárias contempladas.

Dos 10831 livros cadastrados, selecionei previamente 2100*. Cabe lembrar que a verba destinada para a maioria das Bibliotecas Comunitárias comporta cerca de 410 obras, se o preço dos livros for igual a R$10, que foi originalmente previsto no Programa. Por fim, há 150 obras destas que considerei como as ‘essenciais’; as listei separadamente também. Para ver o trabalho, acessem a RBBC [ diretamente aqui: livropopular_listaBCs.xls ] .

Em relação aos critérios de seleção, observei brevemente os seguintes:

1) ênfase à ‘literatura periférica’ [literatura de cordel, livros de novos ‘autores periféricos’]

2) seleção de clássicos [literatura, filosofia, sociologia, educação etc]

3) ‘obras de apoio’ aos responsáveis por bibliotecas [em relação a leitura, planejamento de projetos etc]

Tendo em vista o alto volume e o tempo exíguo para seleção dessas obras, não alcancei um trabalho sem falhas; espero ao menos ter entregue algo que sirva como um parâmetro inicial. Aliás, deve-se dar créditos ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas por realizar esse Edital de forma descentralizada, com a possibilidade de escolha do acervo pelas próprias bibliotecas envolvidas, algo inédito. Alguns aspectos que os responsáveis pela compra das obras devem atentar:

- Delimitar títulos a partir do público-alvo de seu ambiente e atentar a ‘BiblioDiversidade’. Para isso, deve-se observar faixa etária, interesses específicos da comunidade, por exemplo.

- Dar preferência para livros de autores e/ou editoras reconhecidamente competentes. Visitar os sites das editoras para ver detalhes sobre as obras é recomendável.

- Tentar estabelecer uma forma democrática de escolha dos livros é algo a ser pensado. Pelo pouco tempo para escolha [até dia 31/01, ao que parece] e a quantidade a ser escolhida [412 obras] pode ser um pouco difícil, mas, sendo criativ@, há como acolher diversas sugestões para a compra mais adequada desse acervo.

Não vou me estender muito - nesse caso quero ver a recepção do trabalho para poder lhes ajudar melhor a partir de um diálogo. 

Um abraço, e até mais!

Abraão Antunes da Silva

Articulador da RBBC

abrapira@gmail.com

* De cada 5 livros, escolhi 1; a mesma proporção está na lista de pré-selecionados para os que vierem a se basear nela.

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‘A linguagem não pode ser reduzida a um mero instrumento, pois tem a ver como a construção de nós mesmos enquanto sujeitos falantes. Quanto mais formos capazes de nomear o que vivemos, mais aptos estaremos para vivê-lo e transformá-lo’. 

Michele Pètit, Os Jovens e a Leitura

Prezad@s,

A Fundação Biblioteca Nacional acaba de lançar um Edital para as Bibliotecas Públicas, Comunitárias e Pontos de Leitura efetuarem sua compra de livros diretamente no Portal do Livro da FBN. Serão disponibilizados por Biblioteca entre R$ 800 e R$ 15.000, para efetuar a renovação de seu acervo.

Os dados do Edital estão descritos nesse link:
http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/3%20EDITAL%20DE%20CHAMADA%20PUBLICA%20PLP.pdf

Todas as bibliotecas que se enquadram nas categorias acima serão contempladas, bastando estarem inscritas no Cadastro Nacional de Bibliotecas até o dia 07 de dezembro. Portanto, vale incentivar as bibliotecas conhecidas a se cadastrarem o mais rápido possível.

Lembrando que o link para o Cadastro de Bibliotecas do SNBP / FBN / MinC é esse:
http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=127 . Para saber mais sobre o assunto, vocês podem ouvir uma breve entrevista da profª Elisa Machado, coordenadora do SNBP, sobre o assunto, na CBN.

Segue abaixo a mensagem que está sendo enviada a cada uma das bibliotecas públicas, comunitárias e pontos de leitura inscritos no Cadastro Nacional de Bibliotecas.

Abraços a tod@s, e até mais!


Mensagem original de Veridiana Negrini [SNBP], adaptada por Abraão Antunes [RBBC]


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Biblioteca Pública ----
Senhor(a) ---

Prezado Dirigente,

A Fundação Biblioteca Nacional publicou hoje o edital do Programa de Ampliação e Atualização dos Acervos das Bibliotecas de Acesso Público. Serão beneficiadas todas as bibliotecas municipais, estaduais, comunitárias (urbanas e rurais) e os Pontos de Leitura inscritos no Cadastro Nacional de Bibliotecas, vinculado ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. As bibliotecas que ainda não estão cadastradas (em conformidade com o edital de cadastramento publicado pela FBN em outubro)
poderão se inscrever até o dia 07/12.

O presente edital prevê a destinação de recursos entre R$ 800,00 e R$ 15.000,00 para as bibliotecas inscritas, o valor que será estabelecido de acordo com critérios objetivos como população do município, modalidade (se é pública estadual/municipal, comunitária urbana/rural ou ponto de leitura), número de usuários, tamanho, promoção da leitura e
participação nas políticas públicas locais, estadual e/ou nacional etc.

Os recursos previstos nesse edital deverão ser utilizados exclusivamente para a aquisição de livros de baixo preço (que serão inscritos pelas editoras, até 20/12, no Portal do Livro FBN). Cada biblioteca deverá indicar sua comissão de seleção (com pelo menos 3 membros) e fazer sua escolha diretamente no Portal do Livro. Também deverá consultar no Portal do Livro a relação dos pontos de venda mais próximos e indicar aquele de sua preferência para efetuar a compra.

Todas as bibliotecas que tiverem seu cadastro aprovado receberão, em seguida, um cartão do Banco do Brasil com o valor do crédito liberado, devendo finalizar a sua compra no Ponto de Venda previamente indicado no Portal do Livro (é lá que a biblioteca deverá retirar os livros escolhidos) – preferencialmente, na sua cidade (ou, caso não exista nenhum, na localidade mais próxima).

Todas as instruções serão transmitidas pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas nos próximos dias.

Aproveite para confirmar os dados da sua biblioteca e, ainda, informar o nome do responsável pela biblioteca e outros informações necessárias para garantir sua inscrição no Programa.

Esperamos por você! Mas não se esqueça: o prazo termina no próximo dia 07 de dezembro.

Fundação Biblioteca Nacional

Você sabe o valor da leitura?

Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim. 
Por Dinha [*]


Quem de nós sabe o valor da leitura? Posso dizer que sei. Ainda pequena, vivi as histórias de lobo e fantasma, de riso e de solidão, através das incansáveis narrativas de meu irmão, apenas dois anos mais velho que eu. Foi no espanto dessas histórias que eu, pela primeira vez, conheci o gosto de aventura em lugares distantes, com pessoas longínquas, em situações inusitadas, vampiro sonhando manhãs de sol.

Eu lia sem ler, ouvindo apenas - e vendo em meu irmão o brilho de entusiasmo e a satisfação em contar histórias, que só os grandes contadores de história têm. Quando, aos sete anos, entrei na escola, e as letrinhas juntaram-se em palavras e em sílabas - para mim, algumas delas nunca foram sílabas, foram sempre cachorros latindo, amigos se cumprimentando, reis ascendendo aos tronos, sapos, macacos e sherazades, explosões de significados, amor descoberto aos poucos.


Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim: o córrego [riacho] sujo, o barraco apertado e suspenso, para driblar as enchentes, a comida contada. Iniciada a leitura, apenas o amor da mãe prosseguiu (tão imenso quanto as esperanças que ela depositou em mim). Todo o resto perdeu a cor, dissipou-se, precisou ser reescrito.


Empodeirada de leitura, ganhei o mundo, estudei na melhor universidade do país, tornei-me poeta e professora. E se o mundo não me ganhou, foi porque desenvolvi meu senso crítico, fortaleci meu senso de proteção e encontrei alguém que me ajuda a ressignificar o mundo, cotidianamente.


Espalha-Leitura
Eu sei o valor da leitura e sei que no Brasil ele ainda é pequeno.


Embora os governos invistam minimamente em programas como o “Minha Biblioteca”, que distribui títulos, gratuitamente, a alunos da rede municipal, ou o “Uma biblioteca em cada município”, do governo federal, o acesso aos livros em nosso país, especialmente nas periferias das grandes cidades, permanece escasso. No Parque Bristol, zona Sul de São Paulo, por exemplo, a biblioteca pública mais próxima fica a R$2,70 de distância, 30 minutos de ônibus, ou uma hora e meia a pé. E pode custar o dobro, se o leitor desejar voltar para casa após o passeio. Na Cidade Tiradentes, uma imensa área residencial, com alto índice de vulnerabilidade social, na Zona Leste de São Paulo, há apenas uma biblioteca e ela é comunitária - só existe enquanto o Núcleo Força Ativa, um grupo organizado da região, puder mantê-la. Como no Parque Bristol, que também tem sua biblioteca comunitária, o acesso a esse bem cultural depende não da ação obrigatória do governo, mas da boa vontade e da insistência política de cidadãs e cidadãos comuns.

Gente comum, esforços incomuns
Um amplo coletivo começou a ser formado em 2006, durante um encontro sobre bibliotecas comunitárias, no Itaú Cultural. Lá estavam eu, duas professoras universitárias - uma das quais era, na época, doutoranda pela Universidade de São Paulo e cuja tese abordava o tema das bibliotecas comunitárias, enquanto prática social no Brasil -, o Núcleo Cultural Força Ativa e outras organizações sociais envolvidas com o tema. A minha função, na ocasião, era apresentar a Livro-pra-que-te-quero (nossa biblioteca, gerida pelo Poder e Revolução, o “arquipélago urbano”) e as nossas estratégias de “espalha-leitura”. 


Tempos depois, uma das professoras nos procurou para conhecer melhor a nossa experiência e certificar-se de que ela se encaixava em seu estudo acerca das bibliotecas comunitárias. Aparentemente, ela gostou tanto do que viu, ali e em outros tantos espaços pelo país afora, que entendeu ser importante a realização de um encontro nacional de bibliotecas comunitárias, enquanto estratégia de fortalecimento destas iniciativas, de modo a aumentar sua visibilidade e promover trocas capazes de aumentar o acesso aos livros no país e contribuir para a formação de leitores. A seu convite, foi formado, então, um coletivo com vistas ao planejamento e execução deste encontro.

Primeiro Encontro Nacional de Bibliotecas Comunitárias
De 2009 até agora, muitos esforços foram demandados, por parte de todos, para que um encontro entre as bibliotecas comunitárias do país fosse realizado: foram feitas muitas reuniões de planejamento, viagens com gastos do próprio bolso, articulações comunitárias, um projeto foi escrito, um plano de trabalho desenhado, uma rede virtual foi criada e segue funcionando no endereço eletrônico http://www.rbbconexoes.ning.com Além disso, foram feitos vários contatos com possíveis parceiros e patrocinadores da idéia. Muitos domingos de sol foram adiados, em nome desta possibilidade.


Entretanto, apesar da organização popular em torno da construção deste encontro, apesar de este ter sido um sonho sonhado junto, a realidade esbarrou no preço, na pouca importância que a leitura, estrategicamente, parece ter neste país, e o evento ainda não aconteceu.


Para que ele ocorra, esta luta precisa prosseguir. Por isso, convidamos a tod@s a que engrossem as fileiras em torno da batalha, ora travada, para que os livros, enquanto direito, como bens culturais que são, estejam acessíveis a todos e a todas e para que este encontro, enquanto estratégia de reforço nesta batalha, possa efetivamente acontecer.


Você, sabe o valor da leitura?


Publicado também em http://passapalavra.info/?p=23596 e http://malocapraquetequero.blogspot.com


[*] Dinha é membro do Núcleo Poder e Revolução, professora da rede pública municipal da cidade de São Paulo, mestranda em Estudo Comparados de Literatura de Língua Portuguesa (FFLCH/USP) e autora do livro 'De passagem mas não a passeio' (Global Editora, 2008).